OLHAR ANTIGO
A visão da antiguidade na contemporaneidade
Luiz Antonio Gisondi, de apelido Gisondi, tem 65 anos e é vendedor de carros antigos, além de organizador de eventos, onde expõe estas peças raras. O gosto em comprar e comercializar carros antigos surgiu há mais de 30 anos, quando ele tinha 32 anos de idade, momento em que montou sua loja própria. Mas a ligação de Luiz Antonio com os carros vai além desta história, está no DNA. Seu avô paterno foi um dos primeiros condutores de veículos com motor a explosão do Corpo de Bombeiros do Município de São Paulo, em 1920, além de ser instrutor e examinador de aulas de volante. Este avô teve 11 filhos, destes, sete homens e apenas seu pai não seguiu o ramo dos veículos, nem ao menos dirigia. Na casa de Gisondi havia uma garagem, e como seu pai não tinha carro, eles a alugaram para um mecânico. Foi nesta época, com apenas seis anos de idade, que o organizador de eventos de carros antigos começou a ter contato com os veículos, pelo qual é totalmente apaixonado até hoje, 60 anos depois.
Luiz Antonio não vê os carros antigos apenas como um hobby. O gosto é também pela técnica, para ele é fundamental admirar como era a mecânica de antigamente em comparação com a de hoje em dia. Antiguidade para ele é tudo aquilo que além de ter muitos anos de existência tem uma história, é aquilo que está inserido no contexto da peça ou da literatura, alguma história que seja marcante e que o remete ao passado.
CARROS ANTIGOS
Luiz Antonio Gisondi com presente recebido na exposição em homenagem ao Ayrton Senna (17 de maio de 2014).
Luiz Antonio Gisondi é vice-presidente da Associação dos Proprietários de Veículos Antigos do Estado de São Paulo (A.P.V.A.E.S.P.) há dois anos. Para ele, ter o apoio da Associação é muito importante, pois a entidade sem fins lucrativos é toda voltada a ações filantrópicas, o que dá um olhar diferente aos eventos de carros antigos, além de trazer credibilidade às exposições dos veículos, através da grande quantidade de associados e parceiros. Para organizar uma exposição de carros antigos, Gisondi não enfrenta problemas em encontrar as peças, isso se tornou fácil por conta da imensidão de pessoas que querem expor seus veículos. Atualmente, a agenda de contatos da Associação conta com mais de quatro mil participantes e 450 associados.
Gisondi conta que, normalmente, quando ele organiza os eventos, o investimento financeiro vem dos patrocinadores. O lucro pessoal vem através de consultorias que ele oferece à colecionadores de carros antigos, onde conversa sobre comercialização e restauração, além da locação dos veículos para eventos como casamentos. Gisondi confessa que a maior parte em trabalhar nesta área é a satisfação em expor as antiguidades.
O carro mais antigo que Gisondi já expôs foi um Ford modelo T 1910. “Para um carro ser exposto em um evento organizado por mim, ele não precisa ser necessariamente antigo e puro, pode ter uma mecânica transformada e atualizada, um carro antigo por fora e atual por dentro, que funciona. As réplicas são bem aceitas nas exposições, pois quem faz esta peça parte sempre de um carro antigo, então também é uma maneira de preservar uma imagem”, explica Gisondi.
Ford modelo T 1911, o carro mais antigo exposto por Luiz Antonio Gisondi.
Os eventos ocorrem semanalmente, mensalmente, trimestralmente e anualmente. Na estação da Luz, em São Paulo, nos bairros da Mooca e Vila Mariana, no Sambódromo do Anhembi, em São Caetano do Sul, Santo André, São Bernardo do Campo, Água de Lindoia, Araxá e Campos do Jordão. Nas exposições, o maior xodó de Luiz Antonio é um carro de sua produção. O Buggy Cheda MB foi desenhado por um amigo engenheiro em 1984 e montado por Luiz, que também desenvolveu o trabalho de fabricação em 1985.
Buggy Cheda MB produzido em 1985 por Luiz Antonio Gisondi.
Atualmente, Gisondi, junto com um grupo de amigos, mantêm um site onde comercializam carros antigos: http://www.negociosantigos.com.br/. Outra dica que ele dá para quem quer adquirir carros antigos é o http://www.maxicar.com.br/old/.