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AS CASAS BAHIA DAS ANTIGUIDADES

      Entre tirar e colocar objetos à venda, ele já se arrependeu de se desfazer de algumas peças. “Tem uma que eu nem comento muito, para não ficar sofrendo. Foi um Impala 1958 que eu vendi por US$ 10 mil, na época em que o real estava equiparado ao dólar. Hoje, ele vale uns R$ 250 mil. Mesmo do meu Fusquinha 1961 eu tenho saudade. Tem várias coisas que eu penso ‘Por que eu vendi? ’”. Tibira ainda conta que um dos seus objetos mais preferidos é um veado canadense de taxidermia - Técnica de preservar animais e exibi-los tal como quando vivos - mas que entre idas e vindas de objetos na loja ele ficou mais desapegado.

      O Caos Augusta é um misto de loja de antiguidades e bar situado na Rua Augusta. Durante o dia, a casa se transforma em uma loja de antiguidades, com mais de 3.000 produtos para venda e locação, desde secadores de cabelo, bicicletas, caveiras mexicanas até carros e lambretas. Já durante a noite, com uma charmosa decoração retro, a casa se anima ao som de rock, soul, hip-hop, ritmos brasileiros e funk.

 

      Quem comanda tudo isso além do sócio, Netão, dono do antigo Bar do Netão, é José Tibiraça Martins, mais conhecido como Tibira. Ele é fundador do Club Vegas e dono do bar Z Carniceria, também na Augusta. Apreciador de objetos antigos, tudo começou após descobrir que sua vó teria doado todos seus brinquedos da infância. Os primeiros itens, comprados aos 15 anos, foram carrinhos Matchbox e caixas de fósforos. Depois, vieram os robôs, placares de máquinas de pinballs e tudo mais que ele achar que vale ser guardado. “Eu tenho várias coisas. Carrinhos miniaturas, brinquedos antigos, discos, peças de taxidermia. Depende de onde eu vou, eu compro alguma coisa diferente. Não tem uma lógica”, conta. Parte da coleção está no Caos, onde nem tudo está à venda. “Tem coisa que eu decido vender, coloco preço, depois tiro. Todas têm uma história”

      Tibira explica que as antiguidades contam uma história e guardam um passado. Já sobre o mercado no Brasil ele afirma: “Ainda é pequeno! Adoro a minha profissão vivo disso há anos, os lucros são bons conforme achados e raridades encontradas ou alguns projetos privados, sempre faço uma seleção, pois nesse mundo existe modas e tendências também”.

    Quando perguntado sobre a principal diferença entre alguém que tem um acervo como o seu e um colecionador tradicional Tibira declara: “Colecionador mesmo só compra, não se desfaz. E muitas vezes é um cara meio chato. Aquele que sai de São Paulo e vai até a Bahia só para comprar um objeto. A gente vê uma coisa mais leve”, afirma.

      A loja Caos também já possuiu na televisão, mais especificamente no History Channel, uma série de 20 episódios de 30 minutos cada inspirado nos dois programas de mais audiência do History Channel no Brasil – “Trato Feito”, sobre uma loja de penhores, e “Caçadores de Relíquias”, também com objetos raros. 

360º da Loja Caos

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