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      Enos Moura, 69 anos, arquivólogo por profissão e pastor por paixão, e Lucila Ribeiro Moura, 70 anos, professora de filosofia aposentada, são casados há 39 anos. O casal que reside na zona leste de São Paulo é unido há tantos anos pelo amor e também pelo gosto às coleções. A casa deles é toda “à moda antiga”.

CASA DE COLECIONADOR

       O Pastor Enos e a dona Lucila se conheceram em 15 de novembro de 1969, atravessando a Baía de Guanabara em uma das barcas Rio-Niterói - naquela época, ainda não existia a ponte. Passado seis anos, eram marido e mulher. Quando foram morar juntos, mobiliaram a casa com móveis da família, alguns foram pedidos por eles, mas a maioria foi herdado.

 

     Após uma longa jornada juntos, atualmente o casal vive em um ambiente cercado por objetos antigos, que representam algo de sua história. Para eles, antiguidades são peças que dialoguem entre o passado e o presente e que tenham sentido emocional.

 

    Enos e Lucila guardam essas antiguidades de família pela saudade do tempo de infância, adolescência e juventude. “A cada vez que olho para essa mesa, lembro-me do dia em que minha mãe a comprou, lembro-me de como ela chegou em casa. Era a nossa mesa de refeições. Eu gosto desses móveis de família pois eles me lembram de momentos agradáveis ao longo da vida”, declara Enos Moura. 

      Entre suas coleções, a de relógios é uma das mais queridas, que já conta com quase 30. “O relógio mais antigo eu conheci em 1956 na casa de alguns amigos, e depois de alguns anos, eu ganhei o relógio de presente”. Outro relógio antigo que o senhor Enos tem é o Cuco, que ainda funciona. Segundo ele, o relógio tem grande valor sentimental, pois o faz lembrar-se da casa dos avós.

Relogio cuco herdado da casa dos avos de Enos Moura.

Primeiro relógio do Pastor Enos.

     O casal não gasta muito dinheiro com suas antiguidades. Segundo Enos, o que ele sente é amor pelas peças e não deseja ter os objetos apenas por seu valor comercial.

     “Eu tive um telefone vermelho logo que me casei com Lucila, no tempo em que não existia telefone sem fio. Nós morávamos no primeiro andar e minha mãe no quarto. Quando nós íamos lá para almoçar, levávamos o telefone e depois jogávamos o fio do telefone pela janela, para conectar à linha telefônica de nossa casa. Isso era possível pois, naquela época, os fios do telefone eram bem longos. O telefone se perdeu, mas eu comprei um semelhante, pelo que ele significou em minha vida”, explica o pastor.

      Além dos móveis, Enos e Lucila possuem várias coleções: máquinas fotográficas, corujas pequenas, máquinas de datilografar, relógios, principalmente da década de 50, e que ainda funcionam.

      Dona Lucila é a dona da coleção de 202 corujas pequenas. Seu interesse por esses objetos se deu a partir de uma que ganhou de presente do marido, Enos, que a comprou de um artesão de 90 anos, em Recife, sua cidade natal, em 1978. “Eu gosto mais das corujas pequenas, pois exigem muito cuidado para serem feitas, é uma peça muito trabalhada e cheia de detalhes, mostra o cuidado de quem fez. Quanto menor, mais elegante e representativa a coruja é para mim”. 

      Os dois têm tantas coleções, que trocam a decoração da casa bimestralmente, no momento é a vez das corujinhas. Antes dela, estava a coleção natalina composta por 90 papais noéis, 15 presépios e 30 canecas de natal.

      Nesse momento, Enos diz estar em busca de uma bacia e um espelho que compõem uma peça de ferro que foi muito usada em fazendas antigamente. Ele via seu pai fazendo a barba usando a água daquela bacia, e o espelho que estava lá. Alguém sabe onde tem uma peça dessas para ajudar o colecionador?

Senhor Enos e Lucila Moura.

Mesa herdada da casa dos pais de Enos Moura.

Telefone  semelhante a um que marcou a vida do pastor.

Entre as 202 corujinhas que compoem sua colecao, Lucila Moura tem grande afeto pelas  mais pequeninas.

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